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quinta-feira, 21 de março de 2013

Estresse no cotidiano

O estresse é uma resposta física e psicológica de alerta produzida pelo nosso organismo frente a certos estímulos. Em certo ponto é uma reação benéfica porque se sentido de forma moderada, nos auxilia na vivência dos eventos do cotidiano como uma força a mais para a motivação, nos colocando em ação. Não é a solução das nossas dificuldades, mas nos ajuda a enfrentá-las e sem exercer o peso extra que teríamos se estivéssemos sofrendo com um estresse intenso e persistente.

As dificuldades e imprevistos fazem parte de muitas das nossas experiências, mas é justamente uma carga de estresse excessivo (e assim nocivo), e que estabelecida ao longo do tempo, pode afetar não somente nosso bem-estar, mas também nossa saúde, já que a produção aumentada e constante de alguns hormônios relacionados ao estresse, afeta nosso sistema imunológico.

No dia-a-dia, muitas pessoas sem perceber, “permitem” que as condições externas determinem seu estado de humor. Ficam bem apenas se tudo à sua volta está bem, se as coisas acontecem de acordo com seu desejo, caso contrário, ficam chateadas. Consequentemente, o grau de estresse para estas pessoas oscilará de acordo com o ambiente. Mas os verdadeiros vilões e aliados do humor não são os eventos da vida, mas sim nós mesmos.

O ambiente sempre muda, não temos controle real sobre ele, o que conseguimos determinar nocotidiano é mínimo, e mesmo assim, são fatos que podem mudar repentinamente e independente da nossa vontade. Então, ficar bem somente porque tudo está bem é deixar que o acaso determine nossobem-estar e assim viver com angústia, temendo mudanças, gastando energia e tentando controlar o incontrolável, ao invés de usar este mesmo empenho em descobrir algo que efetivamente traga qualidade de vida.

Aceitar a imprevisibilidade da vida é fundamental para nosso conforto psicológico, porque esta é uma condição inalterável. Ficar feliz só se tudo está bem faz com que vivamos de expectativa vazia, não de realidade.

Então, em nome do contentamento, em vez de investirmos na tentativa de controlar o mundo ao redor, podemos mudar um pouco o foco e investir em nós mesmos, no incremento do valor-próprio nos lançando ao mundo, ao novo, ao desconhecido (não o entendendo como ameaçador) e não nos fechando no medo de encarar as incertezas. Temos de nos colocar à disposição da cultura, do esporte, das conversas, das viagens, dos saudáveis pequenos e grandes prazeres que nos são oferecidos, enfim, da vida.

Colocar-nos à disposição desses e de tantos outros fatores não significa buscar uma satisfação pessoal fora de nós. Pelo contrário, esta postura reflete uma vida simples, desapegada, de quem olha para si e cuida de si, de quem é tolerante, com a devida conveniência, com as próprias falhas e supervaloriza pequenos aborrecimentos diferenciando-os dos problemas verdadeiros. Lembremos de que a tranquilidade de espírito está muito perto, está dentro de nós.

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